30.4.08

"bird has flown" (evans/blackmore/lord)



(escultura de reuben nakian)

"the beggar on his cornerstone
catches pity in his wrinkled hand
but the lover whose bird has flown
catches nothing only grains of sand

all the children in the distant house
they have feelings only children know
but the lover whose bird has flown
catches nothing only flakes of snow

the sensation is not new to you
it's something we all have known
you get it - it goes right through you
yes it's something we all have known

and the bird it has flown
to a place on it's own
somewhere all alone

now the hermit in his lonely cave
has himself to keep him company
but the lover whose bird has flown
he has heartaches same as you and me

the sensation's not new to you
it's something we all have known
you get it - it goes right through you
yes it's something we all have known

and the bird it has flown

now the hermit in his lonely cave
has himself to keep him company
but the lover whose bird has flown
he has heartaches same as you and me

oh it's started snowing" (1)


deep purple



(1) retirado do cd dos deep purple, the platinum collection (2005)

28.4.08

lançamento do livro ascensão do fogo (jorge vicente) e fractura possível (josé gil)

amigos, foi muito bonito e a vossa presença maravilhosa. obrigado por partilharem comigo as alegrias, as danças, os poemas, os abraços dados neste dia.

para a minha família, para o vasco, para a alice, para todos os meus amigos presentes, para o jorge castelo-branco, para a ana, para toda a organização do evento, para o presidente do dramático de vilar de paraíso, muito obrigado por estarem comigo.

aqui, algumas fotos tiradas pela minha irmã ana vicente



(eu, na mesa dos autógrafos)



(a mesa: jorge vicente, xavier zarco e josé gil)



(a mesa: jorge vicente, xavier zarco e josé gil)



(um sorriso de poeta)



(eu, a assinar um livro)



(os livros)



(de novo, os livros)

21.4.08

tradições da índia: allan kardec



(trabalho de A. Balasubramaniam, "untitled", 2007)

"955. podem ser consideradas suicidas e sofrem as consequências de um suicídio as mulheres que, em certos países, se queimam voluntariamente sobre os corpos dos maridos?

«obedecem a um preconceito e, muitas vezes, mais à força do que por vontade. julgam cumprir um dever e esse não é o carácter do suicídio. encontram desculpa na nulidade moral que as caracteriza, em a sua maioria, e na ignorância em que se acham. esses usos bárbaros e estúpidos desaparecem com o advento da civilização»"

allan kardec



(1) KARDEC, Allan - O livro dos espíritos. 90ªed. Brasília: Federação Espírita Brasileira, 2007. ISBN 978-85-7328-086-9. p. 497.

Lançamento: Ascensão do Fogo e Fractura Possível




Meus companheiros de escrita, como sabem, no próximo sábado, dia 26 de Abril, vou apresentar o meu primeiro livro de poesia a solo. Chama-se Ascensão do Fogo e tem a chancela da Edium Editores. Para além de mim, vai ser apresentado também o livro Fractura Possível, do encenador e actor José Gil

O local de lançamento será o Salão do Grupo Dramático de Vilar do Paraíso, Vila Nova de Gaia, Rua do Jardim, nº 1181, pelas 16.00 da tarde. A apresentação será feita pelo poeta conimbricense Xavier Zarco e vai ter animação, com música, dança e dramatização de poemas.

A vossa presença é muito importante porque é a vós, todos, que dedico tudo aquilo que sai cá de dentro: as minhas palavras ou, se o preferirem, o meu Verbo.

Por isso, cá vos espero. Com o coração aberto e com as mãos plenas
de palavras para partilhar convosco.

Também agradecia que passassem a palavra a todos os vossos contactos
para que possamos fazer do dia 26 de Abril um dia muito muito
importante e de festa poética. Quem não puder estar presente, mande-me um mail ou faça um comentário indicando a sua morada para que eu possa enviar o livro.

Um abraço a todos

Jorge Vicente

P.S.

1) Para quem tiver dificuldade em encontrar o espaço, no seguinte blog
pode encontrar a localização:
http://dramaticovilarparaiso.blogspot.com

in nomine



(fotografia de mark klett, "one hour in my birdbath", 2004)

1.

diz o mestre ao discípulo:
reune a cor na sua expressão
máxima e juntai-a de luz branca

só assim as aves serão
mais do que pontos negros
na copa dos dedos

2.

as crianças fogem. e do seu
cálice retomará o espírito
a sua longa caminhada

3.

fácil é a palavra que se
incendeia quando dita;
difícil o poema que dança
no colo de um vulcão

jorge vicente

in nomine



(quadro de Pedro Buisel, "Além-Tejo - Trovoada", s/d)

o meu corpo é da carne do alentejo:
a flor, sedenta, apenas dá fruto
quando o poema anoitece e o
descampado se revela
na sua ascese de séculos

jorge vicente

15.4.08

"blue moon" (hart/rodgers)



(fotografia de valeriy gerlovin e rimma gerlovina, "BE-LIE-VE", 1990)


"blue moon,
you saw me standing alone,
without a dream in my heart,
without a love of my own.

blue moon,
you knew just what I was there for.
you heard me saying a pray for
someone I really could care for." (1)

elvis presley




(1) retirado de cd elvis presley, de 1956.



(elvis presley, "blue moon")

14.4.08

"till there was you" (wilson)



(quadro de jared joslin, "beach beauty", 2005)

"There were bells on a hill
But I never heard them ringing
No, I never heard them at all
Till there was you

There were birds in the sky
But I never saw them winging
No, I never saw them at all
Till there was you

Then there was music and wonderful roses
They tell me in sweet fragrant meadows
Of dawn and dew

There was love all around
But I never heard it singing
No, I never heard it at all
Till there was you

Then there was music and wonderful roses
They tell me in sweet fragrant meadows
Of dawn and dew

There was love all around
But I never heard it singing
No, I never heard it at all
Till there was you" (1)

The Beatles



(1) retirado do CD dos beatles, with the beatles, 1963.



("till there was you", the beatles)

13.4.08

mandrágora (mandrágora)



(imagem dos mandrágora)

nada é contra a noite
e tudo o que foge regressa
sempre como se a música
fosse promessa fácil e

encantamento de sons


a mandrágora, ofereço-a
a quem ouvir os sons e
os cortar numa lombada
de silêncios

jorge vicente



(vídeo de "vale de sapos", dos mandrágora, retirado do CD mandrágora, de 1995)

o lançamento do último CD da banda, escarpa, está previsto para este mês.

o site da banda aqui

7.4.08

el topo (alejandro jodorowsky)



(imagem de el topo)

tal como noutro post já referi, as sessões da meia-noite nos estados unidos tiveram uma grande influência na produção cinematográfica subsequente. o ano que se convencionou chamar o ano inicial dessas mesmas sessões foi o ano de 1970, e o filme que a iniciou foi el topo, da autoria de alejandro jodorowsky.

el topo é tudo menos um filme consensual: violento, espiritual, subversivo, vagamente iluminado. não é um filme fácil de digerir, muitos poderão considerá-lo excessivamente estranho, bizarro, incongruente. ou então, repulsivo no modo como explora certos temas. quanto a mim, a influência de luis buñuel e sergio leone, que certos críticos apontaram, está certíssima. aliás, apesar da espiritualidade estar presente em toda a obra (espiritualidade oriental, entenda-se), fez-me lembrar un chien andalou, em certos momentos, devido ao (quase) anti-clericalismo.

a história do filme resume-se ao seguinte: el topo (interpretado pelo próprio jodorowsky)entra numa espiral de violência e sangue quando pretende vingar-se de um bando de criminosos que massacraram uma aldeia inteira. quando consuma a vingança, é-lhe sugerido procurar os quatro melhores pistoleiros de todo o méxico. a característica que os aproxima: são os quatro guerreiros zen, conhecedores das leis da espiritualidade. será a altura para el topo iniciar a subida procurando, no entanto, nas pedras do purgatório, a pequena passagem que o possa levar à luz.



(preview de el topo, apresentado por christopher frayling)

site do filme aqui

5.4.08

"love songs on the radio" (neil halstead)



(quadro de jared joslin, "sleeping redhead", 2004)

"she looks just like an angel
when she walks across the room
she shines tonight her golden light
is everything i need

lovers all around her
she wears them like her jewels
my friend said she's all he needs
to feel alive

love songs on the radio
your sweetheart lies in bed
she's dreaming of things you said
she's hoping that it's meant" (1)

MOJAVE 3




(1) retirado do cd dos mojave 3, ask me tomorrow, de 1996

metropolitan (whit stillman)




nova iorque. início dos anos 80. a era dos yuppies e das festas da alta burguesia. a era onde os ideais defendidos pelos hippies já eram apenas memória. é neste ambiente que whit stillman escreveu aquele que é um dos mais importantes filmes independentes norte-americanos dos anos 90: metropolitan. sem o apelo ousado e avant-garde de richard linklater e a maluqueira inteligente de kevin smith, fica-nos um retrato social fresco, mas terno de uma juventude em constante declínio. ou pelo menos, uma juventude que se acha ela própria em declínio.

bastante parecido com o estilo de woody allen (basta vermos os créditos iniciais para notarmos a semelhança), este filme é bastante interessante, embora não o ponha nos píncaros, como muitos críticos o fazem. é uma obra importante, mas o mesmo poderia dizer de dezenas de filmes da era de ouro do cinema alternativo norte-americano.

fica-nos, para memória futura, a beleza pura e terna de carolyn farina (no papel de audrey rouget, eterna apaixonada da escritora jane austen), o radicalismo desapaixonado de edward clements (no papel de tom townsend, admirador do socialista fouret), o snobismo triste de chris eigeman (que esconde um aspecto trágico saliente) e o intelectualismo de bryan leder (no papel de fred neff). talvez o problema em relação ao filme, que me impede de o amar, seja o mesmo problema que eu tenho em relação a jane austen: demasiada relevância na crítica da alta sociedade, com os seus problemas, as suas pequenas birrinhas, as suas grandes comédias e pouco realce aos grandes fantasmas que existem dentro do homem. o antídoto para jane austen, ou talvez, um companheiro ideal para essa grande escritora seria o trágico thomas hardy, onde o drama humano e a tragédia atingem o coração de todos os homens.

quem me tira christminster, tira tudo.

jorge vicente

"little things mean a lot" (carl stutz/edith lindeman)



(estátua de aurora canero, "navegando juntos viii", 2005)

"blow me a kiss from across the room
say I look nice when I'm not
touch my hair as you pass my chair
little things mean a lot

give me your arm as we cross the street
call me at six on the dot
a line a day when you're far away
little things mean a lot

don't have to buy me diamonds and pearls
champagne, sables or such
i never cared much for diamonds and pearls
'cause honestly, honey, they just cost money

give me your hand when I've lost my way
give me your shoulder to cry on
whether the day is bright or gray
give me your heart to rely on

send me the warmth of a secret smile
to show me you haven't forgot
for always and ever, now and forever
little things mean a lot

give me your hand when I've lost my way
give me your shoulder to cry on
whether the day is bright or gray
give me your heart to rely on

send me the warmth of a secret smile
to show me you haven't forgot
that always and ever, now and forever
little things mean a lot" (1)

kitty kallen




(1) retirado do cd de kitty kallen, the kitty kallen story, 1992)


kitty kallen foi uma das vozes mais populares da rádio nos estados unidos, tendo atingido o seu auge em 1954, quando cantou "little things mean a lot", da autoria de carl stuz e edith lindeman. porém, a sua carreira começou muito antes, antes da 2ª guerra mundial, quando cantou nas big bands de jan savitt (1936), artie shaw (1938) e jack teagarden (1940). foi, porém, nas bandas de jimmy dorsey e harry james que ficou famosa.

depois dos anos 40, teve, infelizmente, um grave problema de saúde que fez com que perdesse a sua voz. quando regressou, em 1954, cantou "little things mean a lot", a sua canção mais célebre e o justo merecimento pela sua carreira. depois deste êxito, ainda gravou mais alguns discos, mas sem o sucesso que merecia.

tem, neste momento, 85 anos. (fonte, wikipedia)

jorge vicente

the lovebirds (bruno de almeida)




para quem pensa que o cinema feito em portugal é um cinema demasiado intelectualizado e teatral, recomendo vivamente the lovebirds, o último filme de bruno de almeida. sem recorrer ao habitual (mas perigoso) mundo do subsídio, bruno de almeida realiza uma obra que transpira amor e suor em todos os seus poros. a maior parte dos seus colaboradores habituais estão lá: michael imperioli, drena de niro, john ventimiglia, mas também ana padrão, rogério samora, fernando lopes (numa actuação memorável), etc. o drama da cidade de lisboa visto pelos olhos dos lisboetas e dos estrangeiros que cá vivem. a visão de um português que vive no estrangeiro ou de um estrangeiro que, por acaso das circunstâncias, nasceu em portugal.

e isso é patente nesta obra. tão portuguesa mas, ao mesmo tempo, tão estrangeira. os planos escolhidos, as falas, as expressões, o modo como as cenas se cruzam revelam um realizador que aprendeu dos dois lados, que morou lá fora e que trouxe para o cinema português o melhor que a américa, cinematograficamente, nos oferece.

um dos melhores filmes portugueses dos últimos anos. certamente.

jorge vicente



(imagens de the lovebirds, de bruno de almeida)

3.4.08

ils/eles (david moreau/xavier palud)



(imagem de ils, de david moreau e xavier palud)

ils, da autoria de david moreau e xavier palud, é um exercício de tensão e suspense fantástico, talvez o melhor filme de suspense/terror francês que vi até hoje. claro, podem dizer vocês: o cinema francês nunca teve tradição de cinema fantástico, ao contrário do cinema norte-americano, espanhol e italiano. isso é verdade, mas tal não implica que os franceses não possam ser eficazes e altamente profissionais quando realizam filmes diferentes do seu estilo habitual.

a história deste filme é bastante simples: um jovem casal parte para a roménia em busca do idílio não encontrado nas grandes cidades. ela, jovem professora numa escola secundária em bucareste; ele, escritor em busca de palavras. ambos vivem numa mansão afastada do centro de bucareste, num pinhal, o ideal para ambos escreverem e se amarem. até que... começam a ser atacados por estranhos.

um filme bastante bom, com algumas cenas a fazer lembras straw dogs de sam peckinpah, mas sem a carga violenta e viril do realizador norte-americano. a ver.

jorge vicente



(trailer de ils). é incrível como os norte-americanos conseguem fazer um trailer tão hollywoodesco para um filme como ils...

dreamtime return (steve roach)




este trabalho de steve roach, dreamtime return, é o resultado das inúmeras viagens feitas pelo compositor ao longo de três anos, algumas das quais ao norte da austrália. é um trabalho muito interessante, onde a temática do sonho está presente, sonho esse gravado na pedra pelas tribos aborígenes do grande continente australiano.

david stahl, fotógrafo e colaborador de roach neste álbum, diz o seguinte acerca do período antigo, altura em que os aborígenes foram trazidos do céu para a austrália:



(estátua de declan apuatimi, "purukuparli", 1980)

"this was «dreamtime», an idyllic time when australia was an eden filled with gentle animals, plentiful food supplies, and sweet water. here early man flourished and became the intellectual aristocrat of the prehistoric world." (1)

espero que sigam as coordenadas oferecidas por steve roach neste disco. e ofereçam-se ao sonho.

jorge vicente

aqui, a composição "australia dawn - the quiet earth cries inside" de steve roach. apesar de não estar embedded, vale a pena.



(1) retirado do booklet do CD dreamtime return, de steve roach.

2.4.08

Convite




no dia 26 de Abril, vou lançar o meu primeiro livro, Ascensão do Fogo, pela chancela da edium editores. claro que estão todos convidados. todos, sem excepção: os poetas, os biodançantes, os amigos, a família, todos aqueles que regularmente (ou não) fazem comentários no meu blog, aqueles que me lêem, aqueles que me tocam e se sentem invadidos na sua alma pela poesia. todos, sem excepção.

mais tarde, enviarei os dados da hora e do local. vai ser uma grande festa e espero que sejamos muito a aplaudir, a escutar, a sentir e a dançar cá dentro. porque a poesia é uma dança do interior.

jorge vicente