
(imagem de rolando toro, criador da biodanza, dançando)
PEQUENA NOTA INTRODUTÓRIA
Apaixonei-me pela biodanza em 2006, embora já a conhecesse desde 2005, altura em que fiz o meu primeiro workshop, na Quinta das Murtas, em Sintra. O responsável por esta descoberta foi o meu querido amigo Américo Raiado, grande Mestre de Amizade e de Companheirismo. Ele continua a chamar-me o meu Jorge, o "nosso" Jorge (tanto eu como ele pertencíamos a uma Associação Cultural chamada Escola do Espectador).
O que me apaixonou pela biodanza foi a sua dimensão humana, a sua capacidade da nos levar a dançar a vida: a dançar a nossa alegria de viver, a nossa capacidade de criar, o nosso poder de encantamento da vida e do prazer de existir, a nossa afectividade pelos outros e a nossa integração num Todo Maior que é a Vida.
A biodanza nasceu, como diz Rolando Toro, de um desejo de recriar aqueles gestos primordiais que conectam o humano à Vida, aqueles gestos primordiais que os nossos antigos dançavam no início: a dança primordial, a dança primitiva, da origem. Foi um movimento que nasceu nos anos 60, quando o Rolando trabalhava num hospital psiquiátrico do Chile. Através do contacto com os doentes desse hospital, descobriu que a música pode operar maravilhas na saúde humana e na capacidade de o homem se superar a si mesmo e ver-se a si mesmo com um Ser cósmico.
Quanto ao poema a seguir, foi escrito em 2006, numa semana de férias com biodanza no Monte Mariposa, um monte que fica situado perto de Tavira, Algarve. Foi uma das semanas mais maravilhosas da minha vida.
(este post pertence à 1ªfase, BC Amor aos Pedaços. Mais informações no blog da Rute, da Rô ou da Luma.)
Jorge Vicente
MONTE MARIPOSA
(a todos os meus amigos da biodanza)
no vale, a dança é a estrela
que brilha no alto do terraço
sob o céu partilhado
as mãos dão-se e a água
vibra como um terreno fértil
de um abraço simples
deus olha e sossega a alma
de quem se entrega no
céu do algarve
com a fogueira da culatra
iluminando as palavras de quem
se despe de si.
jorge vicente