para um mundo melhor
(fotografia de roger ballen, "ratman" (2000)
"A exploração da classe baixa é justificada pelas declarações auto-elogiosas da classe alta de como as suas vítimas estão bem melhor agora do que estavam antes dessa exploração. Com esta medida, a classe alta pode ignorar a questão de como todas as pessoas deviam ser tratadas se se fosse verdadeiramente justo, em vez de tornar meramente uma situação horrível apenas um pouquinho melhor - lucrando obscenamente com a pechincha.
A maioria das pessoas ri-se quando se sugere qualquer tipo de sistema diferente do presentemente estabelecido, dizendo que comportamentos como competir e matar e «os despojos ao vencedor» são o que engrandece a sua civilização! A maior parte das pessoas até pensa que não há outra maneira natural de ser, que é da natureza dos humanos comportar-se desta forma e que agir de qualquer outra liquidaria o espírito interior que leva o homem ao êxito. (Ninguém faz a pergunta, «Ter êxito em quê?»).
Por difícil que seja de entender para os seres verdadeiramente iluminados, a maioria das pessoas acredita nesta filosofia, e é por isso que a maior parte não se importa com as massas que sofrem, a opressão das minorias, a ira da classe baixa, ou com as necessidades de sobrevivência seja de quem for excepto delas próprias e da sua família mais próxima.
A maior parte das pessoas não vê que está a destruir a sua Terra - o próprio planeta que lhes dá Vida - porque as suas acções visam apenas aumentar a sua qualidade de vida. Surpreendetemente, não têm visão suficiente para observar que os ganhos a curto prazo podem gerar perdas a longo prazo, como muitas vezes acontece - e acontecerá.
A maioria das pessoas sente-se ameaçada pela consciência de grupo, por um conceito como o bem colectivo, pela perspectiva de um mundo único ou por um Deus que existe em unidade com toda a criação, em vez de separado dela.
Este medo de tudo o que conduz à unificação, e a glorificação do vosso planeta de Tudo O Que Separa, produz divisão, desarmonia, discórdia - no entanto vocês não parecem ter sequer a capacidade de aprender através da experiência própria, e assim insistem nos vossos comportamentos, com os mesmos resultados.
A incapacidade de experienciar o sofrimento de outrem como se fosse nosso é o que permite que esse sofrimento continue.
A separação gera indiferença, falsa superioridade. A unidade produz compaixão, igualdade genuína." (1)
Neale Donald Walsch
(1) WALSCH, Neale Donald - Conversas com Deus: livro 2. 5ª ed. Cascais: Sinais de Fogo, 2002. ISBN 972-8541-10-4. p. 82,83.
Este post está inserido na iniciativa Teia Ambiental, idealizadas por Flora Maria e Gilberto da Cunha Gonçalves. O blog da Flora: http://floradaserra.blogspot.com/