
(desenho de william conor, "the children", s/d)
"Não foi qualquer acção que fez o ser humano, foi principalmente a acção sensível, o mover-se sensível, uma acção mais complexa e sutil tecida na rede neuropsíquica em formação. O animal podia agarrar qualquer objeto, como de fato o fazia, mas para «comover-se» com o ato de agarrar, movimentar ou balançá-lo de outro modo, foi necessária a emergência de uma sensação qualitativamente diferente das anteriores no momento da realização deste ato. Daí surgiu o ser capaz de olhar a montanha e sentir mudar sua respiração; ver e sentir silenciosamente o vôo do pássaro ou a água cristalina seguindo seu percurso de riacho, ora tranquila, ora rápida." (1)
cézar wagner de lima góis
(1) GÓIS, Cezar Wagner de Lima - Biodança: identidade e vivência. Fortaleza: Edições Instituto Paulo Freire do Ceará, 2002. p. 67.
Estas duas últimas três semanas têm sido muito complicadas a nível laboral: muito trabalho, muito empenho, falta de tempo. Por isso, mando hoje um texto tão pequeno, mas tão importante! Um texto que destrona um pouco a ideia de que o ser humano tornou-se humano quando começou a pensar, quando o cérebro se desenvolveu. Para Cezar Wagner, não foi isso que transformou o humano em humano, mas sim o mover-se com afectividade, o chorar com sensibilidade, o admirar-se pela Paisagem e pelas maravilhas da Vida e da Terra.
Como todos sabem, ste post está inserido
na iniciativa Teia Ambiental, idealizadas por Flora Maria e Gilberto da
Cunha Gonçalves. O blog da Flora: http://floradaserra.blogspot.com/
Muitos abraços para todos
Jorge Vicente