24.5.12

"tecer a vida..." (cezar wagner de lima góis)



(escultura de selma burke, "mother and child", 1950))


"Encontrar-me brotando
No amor que fracassa e que floresce
No amigo que encontro
Na cidade que construo contigo
Nos filhos que me ensinam
O que não consegui ensinar-lhes
Na passagem dos anos
No tempo e no não-tempo
Do amar." (1)

cezar wagner de lima góis



(1) GÓIS, Cezar Wagner de Lima - Biodança: identidade e vivência. Fortaleza: Edições Instituto Paulo Freire do Ceará, 2002. p. 44.

18.5.12

"participar da vida..." (cezar wagner de lima góis)



(pintura de john carlton atherton, "eclipse", 1937)


"Olhar a noite escura
E de pé, de rosto para as estrelas
Ser viagem, tornar-se luz
De muito longe, de todos os lugares
Homem-Estrela
Adormecer na noite
Silêncio de Sábio
Quietude de recém-nascido
Viajar em tempos e espaços dobrados
De magia e estórias sem fim
Sem temer planícies e abismos
Navegar e ser criança
Andar e voar por montanhas contigo
E tanto mais
Enfrentar o sombrio lago, mar tenebroso
Das fantasias, do terror, do poder
E brincar com inocência e arte" (1)

cezar wagner de lima góis


(1) GÓIS, Cezar Wagner de Lima - Biodança: identidade e vivência. Fortaleza: Edições Instituto Paulo Freire do Ceará, 2002. pp. 43, 44.

16.5.12

Esperança, o amor e outras cenas.




Falar de esperança é falar de amor. De todo o tipo de amor. Amor por alguém de carne e osso, que sorri, que chora, que ama, que está ao nosso lado; amor por uma causa; amor pela humanidade; amor por uma ideia; amor por nós próprios.

Falar de esperança é falar de um futuro cada vez mais presentificado. Não de um futuro melhor. Um futuro melhor significa que o nosso presente não está bom e que queremos algo que não temos. Um futuro presentificado é sempre um futuro maravilhoso, estejamos nós com aquilo que os outros chamam abundância ou estejamos nós com aquilo que os outros chamam escassez. Afinal de contas, o que é a escassez e o que é a abundância? Riqueza? Muito dinheiro? Pobreza? Pouco dinheiro? Ou o sentimento inigualável de que tudo está no lugar certo, com as pessoas certas, no momento certo? Mesmo que a escassez ou a abundância vista e sentida pelos outros não seja aquela apreendida por nós. Quanto estamos presentificados, estamos sempre em permanente esperança e em permanente amor. E o futuro é sempre radioso. Vejam os Mestres: mesmo na mais perfeita escassez abundante, vivem no paraíso.

Falar de esperança é saber que tudo está certo: o amor, a saúde, a pertença. Sabemos que há cura para tudo e temos a convicção forte e a alegria de que vamos ultrapassar tudo. O humano é tão sábio quando quer. E quer tantas vezes. Mas tantas vezes também, esquece.

Falar de esperança  é falar que enquanto há vida há esperança e que a esperança é uma das características principais da vida. Da vida amorosa, da vida que faz nascer as estrelas do mesmo modo que faz nascer um pequeno-bebé estrela do útero da sua mãe.

Falar da esperança é falar da completa renovação da Natureza, que sempre encontra caminhos para se renovar, que sempre diz: esta água ultrapassa o poder das rochas, de um modo suave e limpído, de um modo belo e estético para quem tem o prazer de ouvir o som da água a ultrapassar as pedras: cascatas, cataratas.

Falar de esperança é falar da poesia da existência. Existimos por uma razão: para criar mais vida dentro da nossa vida. Seja essa manifestação uma manifestação de transcendência, de afectividade, de criatividade, de vitalidade ou sexualidade. Tudo responde à nossa permanente esperança e prazer de existir. As plantas respondem à nossa alegria esperançosa. Os humanos tornam-se mais sensíveis. As situações do dia-a-dia melhoram. Tornamo-nos mais saudáveis e vivemos melhor connosco e com os outros.

'Bora levar a esperança e o amor da VIDA para o mundo?

Jorge Vicente


(Este post pertence à 2ªfase, BC Amor aos Pedaços. Mais informações no blog da Rute, da Rô ou da Luma.)

P.S.

E 'bora comentar o poema do Cézar Wagner que coloquei aqui no blog no mês passado... :))))))))

7.5.12

O problema dos solos


(quadro de Max Moreau, "Marchand de dattes et de grenades" (s/d) )

"(...) há uma crescente falta de solos no vosso planeta. Ou seja, estão a ficar sem boa terra onde cultivar alimentos. Isto porque o solo precisa de tempo para se reconstituir, e as vossas empresas agrícolas não têm tempo. Querem terra que produza, produza, produza. Portanto, a prática secular de alternar os campos de cultivo de uma estação para outra está a ser abandonada ou encurtada. Para compensar a falta de tempo, despejam químicos na terra para a tornar fértil mais depressa. Mas aí, como em todas as coisas, não conseguem desenvolver um substituto artificial da Mãe Natureza que se aproxime sequer de fornecer o que Ela fornece.

O resultado é que estão a reduzir a apenas algumas polegadas, de facto, nalguns locais, as reservas da camada superior nutritiva do solo. Por outras palavras, estão a cultivar cada vez mais alimentos em solos que têm cada vez menos teor nutritivo. Sem ferros. Sem minerais. Nada que contam que o solo forneça. Pior ainda, estão a comer alimentos cheios dos produtos químicos que lançaram no solo na tentativa desesperada de o reconstituir. Apesar de não provocarem danos aparentes no corpo a curto prazo, descobrirão para vossa infelicidade que, a prazo, esses resíduos químicos, que permanecem no organismo, não são saudáveis.

Este problema da erosão do solo devido à acelerada rentabilização dos campos de cultivo não é algo de que a maior parte das pessoas esteja consciente, nem o declínio da reserva de solo cultivável é uma fantasia inventada pelos ambientalistas «yuppie» que procuram uma causa na moda. Perguntem a qualquer cientista da Terra e terão muito que ouvir. É um problema de proporções epidémicas; é mundial e é grave. Este é apenas um exemplo das muitas formas como estão a danificar e a exaurir a vossa Mãe, a Terra, a dadora de toda a vida, com total desprezo pelas suas necessidades e processos naturais.

Vocês estão preocupados com pouco mais no vosso planeta que a satisfação das vossas próprias paixões, o preenchimento das vossas próprias necessidades imediatas (e na maior parte, empoladas), e em saciar o inesgotável desejo humano de Maior, Melhor e Mais. No entanto, enquanto espécie, não vos faria mal perguntar quando bastará" (1)

Neale Donald Walsch


(1) WALSCH, Neale Donald - Conversas com Deus: livro 2. 5ª ed. Cascais: Sinais de Fogo, 2002. ISBN 972-8541-10-4. p. 232-233.


 Como todos sabem, ste post está inserido na iniciativa Teia Ambiental, idealizadas por Flora Maria e Gilberto da Cunha Gonçalves. O blog da Flora: http://floradaserra.blogspot.com/

Muitos abraços para todos
Jorge Vicente