29.6.09

william blake



(pintura de pablo picasso, "woman with a crow", 1904)


"Each man is in his spectre's power untill the arrival of that hour when his humanity awake..." (1)

william blake


(1) BLAKE, William apud PULLMAN, Philip - The Amber Spyglass. London: Scholastic Press, 2001. ISBN 0-439-99414-4. pg. 403.

26.6.09

as emoções



(desenho de adolf hiremy-hirschl, "study of a despairing female nude", s/d)


"Também é curioso reconhecermos as emoções como única característica comum a todos os seres humanos. Um branco, um negro, um asiático, um índio, um cego, um surdo, um mudo, um paraplégico partilham as mesmas emoções. Através delas todos se conseguem facilmente entender. Um sorriso e uma lágrima não precisam de palavras. Um gesto de afecto também não.

Quando se vive apartado das emoções, vive-se num estado desumano. Somos o atirador dum fuzilamento no momento do disparo, uns mentais cumpridores de ordens. Quando somos só mente, somos máquinas. Quando vivemos as emoções tornamo-nos humanos. E é fácil constatar como um médico de ajuda humanitária acede a praticamente todas as emoções no desempenho da sua missão. Cuidando, curando e gerando vida." (1)

ishi


(1) ISHI - Karma e Reencarnação. Carcavelos: Angelorum, 2003. ISBN 972-8680-73-2. pg. 69

25.6.09

PoPoetry



(fotografia de max wisshak, retirada daqui)


7.

luz

luz: todo o poema que não nasce
mas que cai do interior dos
olhos em concha.

jorge vicente

24.6.09

a vida como obra de arte



(pintura de sheldon berkowitz, "harmony", s/d)


"A vida só vale a pena ser vivida como uma obra de arte. Executar a obra de arte reside na nossa naturalidade, na nossa espontaneidade. Só nisso e isso basta. Nasce a verdade. Nova, rica e inspirada. Comungamos a Criação." (1)

ishi



(1)ISHI - Karma e Reencarnação. Carcavelos: Angelorum, 2003. ISBN 972-8680-73-2. pg. 57.

21.6.09

o julgamento



(pintura de alexander olah, "fatherly advice", s/d)


"Julgar é pensar, julgar é atribuir valores externos a algo. Julgar é recusar o que é baseando-nos no passado quando o que é só existe no presente. Julgando, recusamos o que somos; julgando, recusamos o que os outros são e as circunstâncias são. O julgamento é uma magnífica forma de nos enganarmos acerca do que somos e do que os outros são." (1)

ishi

(1)ISHI - Karma e Reencarnação. Carcavelos: Angelorum, 2003. ISBN 972-8680-73-2. pg. 51.

20.6.09

john keats



(pintura de sandra blow, "sacking and plaster", 1956)


"For many a time I have been half in love with easeful death" (1)

john keats



(1) KEATS, John apud PULLMAN, Philip - The Amber Spyglass. London: Scholastic Press, 2001. ISBN 0-439-99414-4. pg. 390.

19.6.09

o divino em nós



(estátua etrusca, "une cinéraire avec des époux sur le couvercle", circa 510-500 A.C)


"Deus é Amor, como nos lembrou Jesus de Nazaré. Se Deus é Amor, então o amor será a essência de Deus. Através do amor poderemos viver Deus. Reconhecendon e vivendo o amor existente em nós, permitiremos que Deus se revele nos nossos actos e pensamentos. Únicos, como único é cada momento das nossas vidas." (1)

ishi


(1)ISHI - Karma e Reencarnação. Carcavelos: Angelorum, 2003. ISBN 972-8680-73-2. pg. 37-38.

18.6.09

as quatro práticas do zen



(pintura de alexandre renoir, "night lillies", s/d)


"O acesso pela prática designa as quatro práticas que condensam todas as outras. Quais são? Como reagir ao ódio; viver em conformidade com o Karma; evitar qualquer vínculo; viver em perfeita harmonia com o Dharma.

1. Que significa «reagir ao ódio?» O praticante da Via, deve, na adversidade, reflectir o seguinte: Durante inúmeras vidas, desprezei o essencial a favor do acessório. No decurso de múltiplas existências, causei infinitos prejuízos e acumulei ódio e ressentimento. Mesmo não tendo praticado alguma má acção nesta vida, a infelicidade que vivo é a justa retribuição de antigos delitos de que agora colho os frutos. Não se trata de um castigo infligido pelo Céu ou pelos poderes sobrenaturais. Se aceitar tranquilamente este facto, as causas desaparecerão por si próprias. Está escrito num sutra: «Não te atormentes na adversidade. Porquê? Porque não lhe compreendes a origem.» Quando esta consciência se elevar em vós, vivereis de acordo com o princípio e a vossa aceitação do ressentimento ajudar-vos-á a progredir na Via. É este o significado de «reagir ao ódio.»

2. «Viver em conformidade com o Karma» significa perceber que os seres não têm eu e são movidos pelas complexas circunstâncias kármicas. Acolhei de igual forma sofrimentos e prazeres, porque eles resultam dos vossos actos passados. Se eu for retribuído pelas honras da fama, estas têm o seu fundamento no passado pelo processo das causas interdependentes, mas o seu efeito manifesta-se agora. Esgotado este impulso kármico, desaparecerá o seu resultado. Por que nos havemos de rejubilar com isso? Ganhar ou perder dependem do Karma. O espírito não conhece acréscimo nem diminuição, o sopro da alegria não se altera, permanece sempre de acordo com a Via. Por isso, vos exorto a viverdes «em conformidade com o Karma.»

3. «Evitar qualquer vínculo» significa não ter nada por desejável. Os homens extraviados da Via não deixam de cobiçar alguma coisa. Eis o que se entende por «procurar». O sábio capta a verdade autêntica e compreende que na sua essência, ela se opõe a qualquer verdade convencionada. O seu espírito, graças a não agir, permanece serenamente no não criado e deixa o seu corpo evoluir no jogo das causas interdependentes. Consciente da vacuidade de tudo o que existe, nada mais é desejável para ele. Luz e trevas sucedem-se. O samsara no seio do qual vivemos há tanto tempo é uma casa em chamas. Todo o ser possuidor de um corpo sofre; sendo assim, quem poderá encontrar o descanso? Ao tornar-se consciente disto, o sábio deixa de se preocupar com o futuro e de se prender com a existência. Está escrito num sutra: «Onde existe desejo, existe sofrimento. A ausência de desejo é felicidade.» Eis porque ensino a nada procurar.

4. «Viver em perfeita harmonia com o Dharma» subentende perceber-se que o Dharma é na sua essência puro e, de acordo com o princípio, todas as características específicas, estando vazias de substância, não apresentam nenhuma imperfeição nem vínculo, nem eu nem outro. Está escrito num sutra: «No Dharma, nada existe porque é imune às imperfeições da existência, a qualquer subjectividade, porque é imune à imperfeição do eu (ego).» A conduta dos sábios, quando percebem esta verdade e comungam com ela, está «em harmonia com o Dharma.» Como o Dharma, desprovidos de qualquer desejo de posse, os sábios são por natureza pródigos, não poupam nem o seu corpo nem a sua vida nem os seus bens; nunca se cansam de ser generosos, tanto nos actos como no espírito. Perfeitamente conscientes da vacuidade do Triplo Mundo, são independentes e desprovidos de vínculo. Tendo eliminado de si mesmos todas as impurezas, estão em posição de purificar os seres, é esta a sua vontade. Já não se enganam com as aparências. Assim é a intimidade das suas vidas. O proveito que conseguem é proveito para o próximo e sabem mostrar-lhe a Via da Revelação. Praticando o dom, praticam em simultâneo as outras cinco Perfeições. Se praticam as Seis Perfeições (o dom, a moralidade, a paciência, a energia, a meditação e a sabedoria transcendente) têm o objectivo de se libertar das noções ilusórias, mas praticam-nas inconscientemente. É quando se pratica o inominável que se pode «viver em perfeita harmonia com o Dharma.»" (1)

jacques brosse



(1) BROSSE, Jacques apud ISHI - Karma e Reencarnação. Carcavelos: Angelorum, 2003. ISBN 972-8680-73-2. pg. 30-32.

15.6.09

karma, parte 2



(fotografia de lucien clergue, "mondrian dans l'arène, nîmes", 1989)


"Karma não é uma opção, é um facto. Qualquer pensamento, acto ou emoção resulta sempre em algo. Qualquer acontecimento, seja físico ou intelectual, transforma-se invariavelmente na causa de qualquer efeito." (1)

ishi


(1) ISHI - Karma e Reencarnação. Carcavelos: Angelorum, 2003. ISBN 972-8680-73-2. pg. 23.

11.6.09

a sacralidade da vida



(pintura de marcel dyf, "claudine", s/d)


"É a riqueza do viver, experimentando a vida, que nos torna conscientes do que somos, dos nossos limites e também das nossas capacidades. Sem dor não há noção dos limites; sem prazer não há motivação para avançar. (...) Estar consciente da vida exige um espírito atento e contemplativo, de uma testemunha silenciosa. Um espírito que aceita plenamente os factos para depois saber agir em conformidade." (1)

ishi



(1)ISHI - Karma e Reencarnação. Carcavelos: Angelorum, 2003. ISBN 972-8680-73-2. pg. 18, 19

10.6.09

responsabilidade e culpa



(pintura de stuart semple, "under neon loneliness", 2007)


"Desde a nossa mais tenra idade fomos ensinados a não ser responsáveis. Em vez disso, aprendemos o culto do julgamento, da expectativa e da culpa, baseados em valores que nos são ensinados. Estes valores baseiam-se em morais colectivas, religiões, leis, dogmas e medos. Quem educa uma criança tende, sobretudo, a projectar os seus medos e inseguranças tentando criar o ser que nunca conseguiu ser. No que se sente seguro, não faz pressão deixando a criança descobrir por si. Os factores limitadores do educando correspondem às limitações do educador e não às suas próprias limitações" (1)

ishi

(1)ISHI - Karma e Reencarnação. Carcavelos: Angelorum, 2003. ISBN 972-8680-73-2. pg. 17.

8.6.09

richard murrian, babydoll




richard murrian não é, certamente, o melhor fotógrafo de nús artísticos que já tive a ousadia de espreitar (na estratosfera, encontram-se roy stuart, tony ward e robert mapplethorpe, entre outros), mas é interessante e é muito bom ser presenteado com a ligação forte que existe entre fotógrafo e modelo. neste livro, tal ligação é muito evidente já que o centro das atenções é a modelo nancy, esposa do próprio fotógrafo. mais do que a obra-prima, o amor de certas imagens. mais do que o génio, a empatia entre a objectiva e o corpo.

fotografias recomendadas: as da secção "boy toy" e da secção "saugatuck".

jorge vicente

3.6.09

PoPoetry



(fotografia de tomio seike, "nude, study #2, spiral", s/d)


6.

un chien portugais


escrevo um poema da visão
ou de como os sentidos básicos
são devastados pela postura
iniciática da faca.

o poema é o que fica por detrás,
ou a arte ou a dança ou o
murmúrio saliente da base
dos dedos, quando se enrolam
na esteva.

flor giratória, cabeço de visão,
toda a palavra (voz) serve
para abrir o olho aberto
(de cores).

jorge vicente

2.6.09

william blake



(fotografia de tomio seike, "WS #09", s/d)


"The sun has left his blackness & has found a fresher morning, & the fair moon rejoices in the clear & cloudless night..." (1)

william blake



(1) BLAKE, William apud PULLMAN, Philip - The Amber Spyglass. London: Scholastic Press, 2001. ISBN 0-439-99414-4. pg. 370.