uma réstia de caminho
(fotografia de a. audrey bodine, "tangier sound" (1948)
"uma réstia de caminho,
até alcançar o passo dos homens
umas vezes, solene
outras, com aquele grito de
quem chora perante a paisagem,
o momento vermelho da destruição
do sol
outras vezes, mais acelerado
como se o tempo dependesse da
condição humana
por vezes, lento e arrastado,
sem olhares fixos e demorados,
sem paixão,
beijando o corpo e escrevendo
a saudade na ombreira da porta
noutras vezes, carregando a madeira
para a casa do outro lado da estrada,
não pensando em nada para além do inverno
e da própria destruição das coisas,
impermanentes como o teu sorriso
talvez seja o rio o limite entre dois
corpos e o caminho seja sempre feito de
fogo
não te desejo apenas numa fotografia,
mas dobrada sobre o sol,
abraçando o verso." (1)
jorge vicente
(1) VICENTE, Jorge - Ascensão do fogo. São Mamede de Infesta: Edium Editores, 2008. p. 35.
6 comentários:
Que haja sempre uma réstia para abraçar um verso.
Bjo
Nossa maravilhoso teu poema...Lindo de se ler e de se viajar nas palavras. Bjos achocolatados
Oi Jorge,
obrigado por seu comentário no Casa de Paragens. Vindo de um poeta com a sua leitura e a sua criatividade estética me deixa honrado e aumenta a minha responsabilidade :)
abraços e obrigado novamente pela leitura
Você merece, meu amigo!
Muitos abraços e até já!
Jorge
Querida Sandra,
maravilhosas foram as tuas palavras!!!!
Muitos beijos com sabor a chocolate!
Jorge
E que abraço, querida Fátima!!!
Muitos beijos
Jorge
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