(mixed media por donald baechler, "money bag", 2008)
"Vocês generalizaram a ideia de que o dinheiro é mau. Generalizaram também a de que Deus é bom. Benditos sejam! Por conseguinte, no vosso processo mental, Deus e dinheiro não se misturam.
- Bom, acho que, de certa forma, é verdade. É o que eu penso.
O que torna as coisas interessantes, pois nesse caso é-vos difícil receber dinheiro por algo que seja bom.
Quer dizer, se uma coisa é considerada muito «boa», vocês desvalorizam-na em termos de dinheiro. Portanto, quanto «melhor» for a coisa (isto é, quanto mais valiosa) menos dinheiro vale.
Não és o único. Toda a vossa sociedade acredita nisso. Razão pela qual os vossos professores ganham uma miséria e as vossas stripteasers uma fortuna. Os vossos governantes ganham tão pouco, comparados com os vultos do desporto, que acham que têm de roubar para compensarem a diferença. Os vossos padres e rabinos vivem de pão e água enquanto vocês atiram moedas a artistas.
Pensa nisso. Tudo aquilo a que atribuis um alto valor intrínseco deve, na tua opinião, sair barato.
O isolado cientista que tenta descobrir uma cura para a Sida implora que o financiem, enquanto uma mulher que escreve um livro sobre as cem novas maneiras de fazer amor, com cassetes e seminários ao fim-de-semana para o divulgar...ganha uma fortuna.
Isso de ver-o-filme-ao-contrário é uma tendência vossa e provém de um pensamento errado.
O pensamento errado é a ideia que fazem do dinheiro. Adoram-no e no entanto afirmam que é a raiz de todo o mal. Adoram-no e no entanto chamam-lhe «dinheiro sujo». Dizem que uma pessoa é «podre de rica». E se uma pessoa enriquece fazendo coisas «boas» vocês passam logo a desconfiar dela. Consideram isso «errado»." (1)
neale donald walsch
(1) WALSCH, Neale Donald - Conversas com Deus. 14ª ed. Cascais: Sinais de Fogo, 2003. ISBN 972-8541-05-8. pg. 198, 199.