10.10.09

a questão do dinheiro



(mixed media por donald baechler, "money bag", 2008)


"Vocês generalizaram a ideia de que o dinheiro é mau. Generalizaram também a de que Deus é bom. Benditos sejam! Por conseguinte, no vosso processo mental, Deus e dinheiro não se misturam.

- Bom, acho que, de certa forma, é verdade. É o que eu penso.

O que torna as coisas interessantes, pois nesse caso é-vos difícil receber dinheiro por algo que seja bom.

Quer dizer, se uma coisa é considerada muito «boa», vocês desvalorizam-na em termos de dinheiro. Portanto, quanto «melhor» for a coisa (isto é, quanto mais valiosa) menos dinheiro vale.

Não és o único. Toda a vossa sociedade acredita nisso. Razão pela qual os vossos professores ganham uma miséria e as vossas stripteasers uma fortuna. Os vossos governantes ganham tão pouco, comparados com os vultos do desporto, que acham que têm de roubar para compensarem a diferença. Os vossos padres e rabinos vivem de pão e água enquanto vocês atiram moedas a artistas.

Pensa nisso. Tudo aquilo a que atribuis um alto valor intrínseco deve, na tua opinião, sair barato.

O isolado cientista que tenta descobrir uma cura para a Sida implora que o financiem, enquanto uma mulher que escreve um livro sobre as cem novas maneiras de fazer amor, com cassetes e seminários ao fim-de-semana para o divulgar...ganha uma fortuna.

Isso de ver-o-filme-ao-contrário é uma tendência vossa e provém de um pensamento errado.

O pensamento errado é a ideia que fazem do dinheiro. Adoram-no e no entanto afirmam que é a raiz de todo o mal. Adoram-no e no entanto chamam-lhe «dinheiro sujo». Dizem que uma pessoa é «podre de rica». E se uma pessoa enriquece fazendo coisas «boas» vocês passam logo a desconfiar dela. Consideram isso «errado»." (1)

neale donald walsch


(1) WALSCH, Neale Donald - Conversas com Deus. 14ª ed. Cascais: Sinais de Fogo, 2003. ISBN 972-8541-05-8. pg. 198, 199.

10 comentários:

Ana V. disse...

epá.. eu acho que o dinheiro é fixe e que Deus não existe. ;)

Ana V. disse...

:))
beijinhos..

Arábica disse...

Olá Jorge,

desculpa a longa ausência, novas actividades aliadas à cumplicidade do servidor que muitas vezes, nos últimos dias, me tem dificultado as visitas no pouco tempo livre.

Mas é bom, a prática da nova gestão de tempo que terei de imprimir aos meus dias, deverá dentro em breve permitir uma assiduidade mais constante.

Deus e dinheiro, duas questões tão pouco lineares! É tb daquelas questões básicas: cada um toma, de cada uma delas, o que quer e necessita. Uns procuram em Deus o alimento que os sacia, outros há, que apenas se sentem realizados no ter e haver. Em ambas, sou comedida :))

Um abraço, bom domingo!

v disse...

Interessante texto. Como a grande maioria que colocas no blog. Sem mencionar a foto que os acompanha. É fascinante analisarmos as nossas referências em relação ao dinheiro. O que aprendemos. Como apreendemos o seu valor. Porque o desprezamos. E de que forma. Como se o dinheiro promiscuísse sempre que presente. O dinheiro que é importante nas áreas em que actua. Tal como o amor. Tal como o afecto. Tal como o respeito. Mas não foi isso que me ensinaram. E foi isso que eu tive de reaprender. Por necessidade. Porque me interroguei. Porque me coloquei em causa.
E surpreendente também é a forma como olhamos os ricos. Nomeadamente o desprezo com que se categorizam os chamados "novos ricos". Ao invés de valorizarmos a iniciativa e a pro-actividade consideramos que é alguém não merecedor da fortuna que tem... (pano para mangas)

Mª Dolores Marques disse...

Olá Jorge, gostei de ter passado por aqui e voltado a ler este trecho de "Conversas Com Deus"

Desculpa não ter dito nada, mas não tenho podido, com tantas outras coisas.

Gostava de ter o teu livro

bjs

jorge vicente disse...

lololol

jorge vicente disse...

beijinhos!!!

jorge vicente disse...

eu só não sou comedido no amor à vida :)))

jorge vicente disse...

pano para mangas, chevry :)

beijos!
jorge

jorge vicente disse...

e vais ler, amiga :)

muitos beijinhos!
jorge