27.8.09

a noite abrir-nos-á



(fotografia de nobuyoshi araki, "untitled", 1997)




13.

dizem que a poesia é um modo
de chamar os homens,
de aspirar ao corpo,
de ser esse corpo,
de transformar esse corpo
em bruma de palavras

o sublime mistério
o ardor quando os dedos
tocam a esfinge

a lua dourada que sai da
terra e aspira ao sexo.

jorge vicente

7 comentários:

L. Rafael Nolli disse...

Um belo poema, me deu um grande desejo de ler os outros da série. Estão aqui no blog? Vou procurar! O título eu acho bacana e sonoro... "a noite abrir-nos-á"!Um belo trabalho, meu camarada!

Anónimo disse...

nada falta, está perfeito.
essas palavras só querem servir:

a areia que se move embalando os sons da pele corada. Engole e explode o corpo dentro da poesia.

Maeles

v disse...

Sublime sublimação...

Rubens da Cunha disse...

obrigado pela visita, Jorge
trata-se sem dúvida de um belo conceito de poesia, esse seu poema.

abraços
Rubens

jorge vicente disse...

Obrigado, camarada!

cê foi ao casamento do cássio?

grande abraço!
jorge

jorge vicente disse...

Servir! :)

jorge vicente disse...

é o corpo sublimado.
o corpo presentificado.
o poema-corpo-árvore nascente.

[seiva]

um abraço, amigo!
Jorge