7.2.12

para um mundo melhor



(fotografia de roger ballen, "ratman" (2000)


"A exploração da classe baixa é justificada pelas declarações auto-elogiosas da classe alta de como as suas vítimas estão bem melhor agora do que estavam antes dessa exploração. Com esta medida, a classe alta pode ignorar a questão de como todas as pessoas deviam ser tratadas se se fosse verdadeiramente justo, em vez de tornar meramente uma situação horrível apenas um pouquinho melhor - lucrando obscenamente com a pechincha.

A maioria das pessoas ri-se quando se sugere qualquer tipo de sistema diferente do presentemente estabelecido, dizendo que comportamentos como competir e matar e «os despojos ao vencedor» são o que engrandece a sua civilização! A maior parte das pessoas até pensa que não há outra maneira natural de ser, que é da natureza dos humanos comportar-se desta forma e que agir de qualquer outra liquidaria o espírito interior que leva o homem ao êxito. (Ninguém faz a pergunta, «Ter êxito em quê?»).

Por difícil que seja de entender para os seres verdadeiramente iluminados, a maioria das pessoas acredita nesta filosofia, e é por isso que a maior parte não se importa com as massas que sofrem, a opressão das minorias, a ira da classe baixa, ou com as necessidades de sobrevivência seja de quem for excepto delas próprias e da sua família mais próxima.

A maior parte das pessoas não vê que está a destruir a sua Terra - o próprio planeta que lhes dá Vida - porque as suas acções visam apenas aumentar a sua qualidade de vida. Surpreendetemente, não têm visão suficiente para observar que os ganhos a curto prazo podem gerar perdas a longo prazo, como muitas vezes acontece - e acontecerá.

A maioria das pessoas sente-se ameaçada pela consciência de grupo, por um conceito como o bem colectivo, pela perspectiva de um mundo único ou por um Deus que existe em unidade com toda a criação, em vez de separado dela.

Este medo de tudo o que conduz à unificação, e a glorificação do vosso planeta de Tudo O Que Separa, produz divisão, desarmonia, discórdia - no entanto vocês não parecem ter sequer a capacidade de aprender através da experiência própria, e assim insistem nos vossos comportamentos, com os mesmos resultados.

A incapacidade de experienciar o sofrimento de outrem como se fosse nosso é o que permite que esse sofrimento continue.

A separação gera indiferença, falsa superioridade. A unidade produz compaixão, igualdade genuína." (1)

Neale Donald Walsch

(1) WALSCH, Neale Donald - Conversas com Deus: livro 2. 5ª ed. Cascais: Sinais de Fogo, 2002. ISBN 972-8541-10-4. p. 82,83.


Este post está inserido na iniciativa Teia Ambiental, idealizadas por Flora Maria e Gilberto da Cunha Gonçalves. O blog da Flora: http://floradaserra.blogspot.com/

11 comentários:

Elaine Figueira disse...

Precisamos plantar de alguma forma esse conceito de bem coletivo, de distribuição de atenção, renda, amor, sem limites. Junto com a Cultura de Paz, deveria ser um plano de governo.

Abraços

Flora Maria disse...

Oi, Jorge:
Foi com muita alegria que recebi a notícia da sua participação na nossa Teia Ambiental !

Cada pessoa que escreve, 1 vez por mês, falando sobre uma atitude mais humana e ambientalmente correta está contribuindo para o despertar de novas idéias.

Acredito que assim, fio por fio, vamos tramando um mundo mais verde, digno e honesto.

Já coloquei seu link na relação de participantes, lá na lateral do meu blog.

Flora Maria

jorge vicente disse...

Obrigado, amigo!

Um grande abraço!
Jorge

RUTE disse...

Olá meu amigo,

sem dúvida que a expansão do comercio justo seria uma forma de atenuar o desequilibrio social. E até de diminuir a poluição.

Mas não são só os manipuladores os culpados. Os que se deixam usar e manipular também. Embora estes últimos, estejam estão preocupados com a sobrevivência que não conseguem sair do ciclo vicioso de suas vidas de escravidão.

E os que ficam no meio da relação, os consumidores, alimentam um comércio injusto, armados em chico-espertos, querendo tirar o pé da lama e adquirir tudo baratinho, não importa se é contrafacção.

Culpados todos!
Acho que esta separatividade dá jeito a muita gente, e manifesta-se me muitos sectores, como na religião por exemplo.

Enquanto se amar mais o próprio ego do que o Todo, ninguém estará a salvo de pensamentos e ações egoicas.
Beijinhos verdes, enviados aqui deste meu fio da Teia :)
Rute

jorge vicente disse...

Querida Rute,

no fundo todos nós somos culpados. Todos nós responsáveis pelo estado em que deixámos o nosso planeta. E a mim próprio me incluo.

Mas vou tentando, pelo menos, ganhar mais consciência e empatia por todos, que é algo que falta a esta nossa humanidade em processo de desumanização.

Precisamos urgentemente desse novo Humano!

Muitos beijos
Jorge

Carol M disse...

Ótimo texto e foto!

Seja bem vindo à teia ambiental!

Abraços

jorge vicente disse...

Muito obrigado, Carol!!!

Muitos abraços meus!
Jorge Vicente

Anónimo disse...

Olá Jorge,

Seja muito bem vindo á nossa querida Teia Ambiental, é muito bom quando mais irmãos começam a fazer parte desta Maravilhosa corrente.
Excelente e muito consciente sua mensagem!
Hoje a humanidade está tão presa neste mundo de ilusões, que o materialismo e o consumismo desenfreado tomaram conta de suas mentes.
Muitos se esqueceram do seu real propósito por estarem neste planeta, que é o caminho do aprendizado, desenvolvimento e crescimento......para poder seguir sua trilha rumo á evolução.
E somente olhando para o próximo com os olhos do Amor, respeito e carinho......se colocando muitas vezes em seu lugar, conseguirão despertar um espírito de compaixão para com tudo que existe no Universo.
E esta consciência levará a uma percepção muito maior de tudo que nos cerca.
Novos tempos estão por vir, e infelizmente não serão para pessoas que estão “adormecidas”, nosso planeta está entrando numa nova freqüência de energia, portanto, devemos nos unir em pról desta transformação.

Um grande abraço de Luz!!!!

jorge vicente disse...

Querida Maya,

que sejamos nós os polos de transformação que este nosso mundo precisa!!!

Muitos abraços daqui, do meu coração.
Jorge

jorge vicente disse...

Querida Flora,

me desculpe só agora postar o seu texto, mas não o tinha recebido no meu hotmail.

Feliz fico eu de colaborar neste grupo maravilhoso, cheio de almas intensas, verdes e biocêntricas.

Muitos abraços meus
Jorge

jorge vicente disse...

Querida Elaine, muitos beijos meus!!

Jorge