27.4.09

poema



(pintura de charles chaplin, "young woman with a dove", circa 1860)


(ao antónio ramos rosa)

o pássaro pousado no parapeito da minha janela
é aquela substância penumbrosa, que evoca o
silêncio e o remete para um lugar indecifrável,

que não nos resta senão conhecer,
com aquele conhecimento feito de
figuras de estilo, herméticas e fechadas.

o pássaro pousado é uno com a paisagem
que o transfigura, um excesso da criação,
um espaço entre sons, entre dois versos
que escrevo no intervalo dos dedos.

o pássaro pousado é a manifestação mais
plena da sagrada escritura do corpo.

jorge vicente

6 comentários:

Clarinha disse...

Nossa...
fiquei encantada com esse lugar.
Belas imagens..
belas palavras...

que simplicidade
(respiro fundo)...
irei seguidora de primeira..
vem em visitar!!!

http://aclaragalvao.blogspot.com

beijos

Menina Marota disse...

"...o pássaro pousado é uno com a paisagem
que o transfigura, um excesso da criação,
um espaço entre sons, entre dois versos
que escrevo no intervalo dos dedos."


E a imagem conjugada com o poema, faz este momento algo de sublime...

Beijo e bom fim de semana ;)

Bandida disse...

magnífico, jorge.




beijos

Conceição Paulino disse...

um gosto este belo poema.
Bjs
luz e paz

jorge vicente disse...

obrigado, clarinha.

desculpe a demora na resposta, mas são tantos os afazeres...

ainda bem que gostaste!!!!

um beijinho
jorge

jorge vicente disse...

muito, muito obrigado, cara otília.

sublimes são as tuas palavras...

um grande beijinho
jorge