o homem na etnia maconde
(fotografia de leni riefenstahl, "nuba-ringkämpfer vom stamm der masakin-qisar", 1962-1964)
"Como se comportavam os homens durante todo este período em que a mulher mantinha uma posição económica e social vantajosa? Não se pode dizer que eles se mantivessem inactivos. A caça, que foi durante dezenas e dezenas de milhares de anos uma das maiores actividades masculinas, continuou a ser durante muito tempo uma fonte importante de economia, e ainda hoje, apesar do seu pouco valor económico, comparado com a agricultura, é uma das grandes paixões do Maconde. Os segredos do mato e as práticas mágicas que andam associadas àes expedições cinegéticas serviam ao homem de arma para lutar contra a supremacia feminina. Da mesma maneira que as mulheres, os homens também procuravam transmitir aos rapazes todos os elementos da cultura masculina, quando eles atingiam a puberdade.
(homem maconde)
Eram então tatuados, os dentes eram afilados e eram circuncidados. Além da aprendizagem das técnicas tradicionais macondes: fazer fogo, preparar armadilhas, fazer arcos e flechas, ec., aprendiam danças e canções e a tocar instrumentos, e sobretudo eram iniciados nos grandes segredos dos homens, que, por sua vez, nunca deviam revelar às mulheres. Estes segredos são simbolizados no mapiku, dança com máscara, que tem por finalidade atemorizar as mulheres. O mapiku aparecia antigamente nos terrenos à volta da aldeia, acompanhado pela música de uma série de tambores de vários tamanhos e pelos sons estranhos de grandes trombetas de antílope. O homem que fazia de mapiku tinha de estar completamente tapado para ninguém poder suspeitar que se tratava de um homem." (1)
a. jorge dias
(1) DIAS, A. Jorge - Conflitos de cultura. Estudos de Ciências Políticas e Sociais. Lisboa. Vol. 51 (1961), p. 121, 122.
1 comentário:
Sumamente interessantes, estas Áfricas.
Abraço.
P. S. Enviei convite para o Bar do Ossian.
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