30.6.08

aragem



(quadro de michael kenna, "falaise d'aval la nuit, eratat, france", 2000)

não, não existe o silêncio
apenas penumbra que se expele
do silêncio do mar

das curvas das rochas e do canto dos pássaros,
que surgem desfraldados no nevoeiro seco

em círculos infinitos
em busca da água

e do peixe, sempre o peixe, que se esconde
no mastro das algas.

jorge vicente

(poema de 2002)

6 comentários:

José Pires F. disse...

Um poema de completa esperança e com sentimento de absoluto respeito pela vida.

Gostei.

Abraço.

Anónimo disse...

também gostei muito, jorge. tens poemas antigos que vale a pena recordares e publicares e dares a ler àqueles que como eu apreciam as tuas palavras. obrigada e um beijo.

isabel mendes ferreira disse...

"das curvas das rochas e do canto dos pássaros,
que surgem desfraldados no nevoeiro seco"
_________________cito.te.


por ser belo. por me ser assim.


beijo Jorge.



obrigada pela companhia.

p.s.

recoloquei o teu coment no post anterior. no Piano.

obrigada. muito.

Luis Eme disse...

o poema é muito bom...

e a imagem, foi bem escolhida, ao olhar, é um "casamento extremamente feliz", Jorge.

jorge vicente disse...

um dos meus objectivos neste blog é sempre casar a imagem com o texto. ainda bem que consegui mais uma vez.

um grande abraço
jorge

Bandida disse...

belo, poeta!! muito belo!