Transição
2.
não
tenho biografia. nem um pouco desse ajuntamento fácil de acontecimentos e
experiências,
dessa história, dessa memória narrada que me faz a mim [e aos outros poetas]
não tenho nada disso que se chama idade cronológica
idade fértil experiência de vida hora de entrar e sair do poema
não tenho nem nunca tive história
[e nem posso ter]
porque a posteridade é uma faca que agarra a pele
e a vivência não pode ser deste tempo
nem do outro que passou,
senão duma presença
encorporada em tempo cenestésico
que acende.
Jorge Vicente
2 comentários:
Já dizia Miguel Torga: "Um poeta não tem biografia, tem destino"... "porque a posteridade é uma faca que agarra a pele
e a vivência não pode ser deste tempo
nem do outro que passou"
Muito bom, o poema, amigo.
Abraço.
Obrigado, minha amiga!
Um poeta tem destino e missão e uma eterna condição que o faz viver no Eterno, e não na biografia.
Muitos abraços
Jorge
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