27.2.13

meditação sobre fotografia de alexander babic



(fotografia de alexander babic, retirado daqui)


3.

MEDITAÇÃO SOBRE FOTOGRAFIA DE ALEXANDER BABIC


se existe um corpo maior que a dimensão
dos mapas, não poderá ser o meu
porque o meu não se limita à rasura
do papel, à iluminura das casas,
ao tenebroso, mas simples deambular
das hordes angelicais.

nenhum sopro me responde,
nem sairá de mim qualquer poema
que invoque outro poema.
apenas o espaço entre os corpos
e a clausura da terra,

que fica lá em baixo,
revestida de um lírio pequeno,
o mesmo que fechado é aos
acordes dos motores
e das palavras que fecham
e abrem a sede das estações.

jorge vicente

5 comentários:

Luma Rosa disse...

Genial você olhar para essa imagem e dedicar um poema. Para mim, ficou uma incógnita tentando imaginar o processo que se apagou quando li o poema. A morte é silêncio, vida é barulho. Na vida, até o silêncio faz barulho. Já ouviu? O sopro, a inspiração, a palavra não dita... que tanto fazem barulho quando estão enclausuras. Beijus,

Anónimo disse...

belo

Cássio Amaral disse...

o desfecho do poema é perfeito! o seu corpo é amplidão,onde o infinito é poesia.

braços irmão.

jorge vicente disse...

Obrigado, minha amiga.

Só agora li o seu comentário!

Tanto silêncio, tanto barulho, tanto ruído! E tanto silêncio com tanto ruído, como você fala. E tanto ruído com o mais absoluto silêncio. Já viu a postura de um ser Iluminado no meio das guerras, no meio do caos como se nada fosse?

Tantas perguntas, nenhumas respostas!

Muitos beijos para ti
Jorge

jorge vicente disse...

Obrigado, meu querido!!!!!

Abração!
Jorge