3.10.11

hierarquia das águas



(imagem do rio guadiana, retirada daqui)

"o tejo segredou ao guadiana
de que cor a lezíria dos teus
olhos verdes.

são pedaços de uma noite sem
espaço e em que o tempo, maleável
à água, submete-se ao corpo nu,

distante
como
a
noite
mais
fria.

o teu corpo uma lezíria,
o rio uma fonte inventando
o prazer,

em baixo a gruta de pele que
silencia o poema.

no fogo
das laranjeiras a noite
silenciosa da
gruta
perante o rio.

o tejo segredou ao guadiana
de que clausura se erguem
os teus braços nos meus.

jorge vicente

in Ascensão do Fogo. São Mamede de Infesta: Edium Editores, 2008.

2 comentários:

tecas disse...

Meu querido amigo Jorge! Não sabes como fico feliz quando postas poemas teus. Este é lindíssimo.Já o li e é sempre um enorme prazer reler. Aplauso pelo maravilhoso post. Imagem bem escolhida. Belo casamento.
Bjito amigo e uma flor.

jorge vicente disse...

Uma flor para a minha bela amiga.

Muitos beijos!
Jorge