mikael hafstrom, the rite (2011)
(imagem do filme the rite de mikael hafstrom)
Meus queridos amigos,
parece estranho estar a falar-vos de um tema tão incomum no meu blog, de um tema que não me passava pela cabeça sequer mencionar porque contrário ao meu caminho de paraíso. Parece estranho, mas aconteceu. O últime filme que eu vi, The Rite, abordava o tema da possessão demoníaca e levantava a seguinte questão: será que o Diabo existe? Será que as possessões demoníacas são reais ou serão apenas produto de uma imaginação criadora desvinculada da Vida? Será que são patologias? Este filme, baseado livremente num caso real, levanta essas questões e a resposta, pelo menos para quem vê é que o Diabo existe mesmo e as possessões demoníacas são bem reais. O livro sobre o qual é baseada a história narra o percurso de um padre americano, Gary Thomas, que aprende as artes do exorcismo e a verdadeira dimensão do Mal. Segundo alguns críticos, existem sérias diferenças entre filme e livro. A espectacularidade de um contrasta com a discrição de outro, embora ambos apresentam provas cabais de que algo está mal contado nas artes da psicologia. Não existem explicações psicológicas para certos fenómenos e para certas dimensões da espiritualidade que ainda [nos] são negadas.
Será que é o inconsciente colectivo a falar às pessoas, mudando-lhes mesmo a fisionomia corporal? Será que é algo mais antigo e ligado a um inconsciente ainda não revelado? Será que os demónios existem de facto? Eu tenho a minha teoria, mas essa não é muito abonatória da teologia católica, embora não seja de todo contrária à existência de entidades negativas que influam [ou possam influir] no destino dos homens. Se existem anjos [ou seres tendencialmente da luz] também existem seres tendencialmente das trevas. O que duvido é que sejam realmente demónios de tradição cristã pois tal seria um certificado de falsidade às outras religiões.
Penso que o espiritismo dá uma resposta mais verdadeira a esta questão. Alan Kardec não acreditava na presença do Demónio, mas sustentava a existência de seres incorpóreos negativos. Assim, pode ver-se neste excerto que:
"Satanás é, evidentemente, a personificação do mal sob forma alegórica, visto não se poder admitir que exista um ser mau destinado a lutar, de poder a poder, com a Divindade, tendo por única preocupação contrariar-lhe os desígnios. Como precisa de figuras e imagens que lhe impressionem a imginação, o homem pintou os seres incorpóreos sob uma forma material, com atributos que lembram as qualidades ou os defeitos humanos. É assim que os antigos, ao quererem personficar o tempo, pintaram-no com a figura de um velho munido de uma foice e de uma ampulheta. Representá-lo com a figura de um mancebo seria um conta-senso. O mesmo se verifica com as alegorias da fortuna ou da verdade, entre outras. Os modernos representaram os anjos, ou puros Espíritos, com uma figura radiosa, de asas brancas, emblema da pureza. Satanás, aparece com chifres, com garras e com os atributos da animalidade, emblema das paixões vis. O povo, que toma as coisas à letra, viu nesses emblemas individuades reais, como vira outrora Saturno na alegoria do Tempo." (1)
E quem vive incorporiamente utiliza todas as formas religiosas ou não para fazer sofrer quem acredita. Deixemos os espíritos de lado e meditemos na Vida
Entretanto, vejam o filme e Anthony Hopkins :)
Jorge Vicente
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos. 2ªed. Mem Martins: Livros de Vida, 2005. ISBN 972-760-108-1. p. 96.
(trailer do filme the rite)
8 comentários:
Lembro-me de uma frase do filme "O nome da rosa", onde um padre afirma ser necessário que o povo acredite na existência do Diabo, ou de outra forma não precisaria de acreditar em Deus.
Abraço!
também está correcto!
abraço!
Foi um filme que mudou a minha forma de encarar a religião!
Abraço!
tenho de revê-lo :)
mais um abraço!
lembro-me que a minha viagem espriritual começou quando ao acreditar na teoria da reencarnação, só que, ao pensarmos nela normalmente não questionamos o percurso do espirito até incorporar novamente...e descobri, há uns anos, Allan Kardec. Jorge tive de me afastar de todo o entorno do mundo espírita porque senão era sugado pela dimensão da informação contida nomeadamente em psicografias que li. Hoje ajo com a certeza que os maus atos neste plano vão condicionar as minhas vivências nos outros. O meu lema é "tentar sempre fazer o bem"
Tenho de ir ver este filme.Tiago
Tiago,
o filme é mais um filme de terror. Mas baseado em factos reais. E que me fez repensar em tantos e tantos aspectos que li do livro do Kardec...
Mas, por acaso, nunca me senti tentado em ser espírita :)
Grande abraço
Jorge
Jorge,
Ontem finalmente consegui o filme no clube de video.Digamos que a minha mulher quis ver outro filme a seguir para não ir para a cama com as imagens daquele. Já conheci algumas pessoas, não padres, que fazem exorcismos tal e qual o filme, cenas mesmo surreais. Mas as pessoas num centro espírita em lisboa, contactavam quase sempre almas desencarnadas recentemente e que não tinham noção da sua morte.
Gostei do filme e o Anthony Hopkins é o ator certo para este tipo de filmes.
Abraço Jorge
É o actor certo sim, Tiago. E eu gostava de ler o livro também, para saber mais sobre exorcismos.
Mais um abraço
Jorge
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