Carta de Direitos do Doente
(vídeo/filme de catherine sullivan, "untitled", s/d)
"Caro Doutor:
Por favor não oculte o diagnóstico. Ambos sabemos que eu vim ter consigo para saber se tenho cancro ou qualquer outra doença grave. Se souber o que tenho, sei o que combato, e há menos a recear. Se esconder o nome e os factos, priva-me da oportunidade de me ajudar a mim próprio. Quando se interroga se me devem dizer, eu já sei. Pode sentir-se melhor se não me disser, mas esse engano magoa-me.
Não me diga quanto tempo tenho de vida! Só eu posso decidir quanto tempo viverei. São os meus desejos, os meus objectivos, os meus valores, as minhas forças e a minha vontade que vão tomar essa decisão.
Ensine-me e à minha família como e por que razão a doença me acometeu. Ajude-me e à minha família a viver agora. Fale-me de nutrição e das necessidades do meu corpo. Diga-me como lidar com o conhecimento e como a mente e o corpo podem funcionar em conjunto. A cura provém do interior, mas eu quero combinar a minha força com a sua. Se o senhor e eu formos uma equipa, terei uma vida mais longa e melhor.
Doutor, não deixe que as suas convicções negativas, os seus receios e os seus preconceitos afectem a minha saúde. Não se oponha a que eu fique bom e ultrapasse as suas expectativas. Dê-me a oportunidade de ser a excepção nas suas estatísticas.
Ensine-me as suas convicções e terapias e ajude-me a incorporá-las nas minhas. Lembre-se, no entanto, de que as minhas convicções são as mais importantes. Aquilo em que eu não acredito não me vai ajudar.
Deve ficar a conhecer o que a minha doença significa para mim - morte, dor ou medo do desconhecido. Se o meu conjunto de convicções aceitar uma terapêutica alternativa ou não reconhecida, não me abandone. Por favor tente converter as minhas convicções, seja paciente e aguarde pela minha conversão. Ela pode surgir numa altura em que eu esteja extremamente doente e muito necessitado da sua terapêutica.
Doutor, ensine-me e à minha família a conviver com o meu problema quando não estou consigo. Dispense algum tempo às nossas perguntas e dê-nos a sua atenção quando precisarmos dela. É importante que me sinta à vontade para falar consigo e questioná-lo. Viverei uma vida mais longa e significativa se o senhor e eu pudermos estabelecer uma relação importante. Preciso de si na minha vida para alcançar os meus novos objectivos" (1)
bernie s. siegel
(1) SIEGEL, Bernie S. - Amor, medicina e milagres. 1ª ed. Lisboa: Sinais de Fogo, 2004. ISBN 972-8541-47-3. pg. 183, 185.
3 comentários:
Uma carta que todos os m´dicos deveriam receber e escutar...
e, ainda por cima, quem a escreveu foi um médico consciente!!!
Muito legal!
Jorge, dá uma olhada no http://pousio.blogspot.com/
beijo
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