Uncle's Paradise / Ojisan Tengoku (Shinji Imaoka)
(imagem de Uncle's Paradise)
O pink cinema é um dos géneros centrais da cinematografia nipónica. Apesar do seu sucesso se dever muito ao erotismo e ao sexo, este género de filmes é único na medida em que, muitas das vezes, realizadores consagrados se apropriaram das suas regras para realizarem obras verdadeiramente experimentais. Posso mencionar realizadores como Koji Wakamatsu (Kabe no naka no himegoto, vencedor do Urso de Prata em Berlin, 1965), Takahisa Zeze (Moon Child, 2003), Kiyoshi Kurosawa (Akarui Mirai, nomeado para a Palma de Ouro de Cannes, em 2003), etc. As principais características do pink cinema são:
- devem ser filmados em 35mm para serem apresentados em salas de cinema alternativas;
- não podem apresentar imagens de genitais masculinos ou femininos;
- não podem apresentar relações sexuais completas;
- devem ter em média uma hora de duração;
- devem conter, pelo menos, 3 cenas sexuais. (fonte: brochura do festival Número Projecta).
(outra imagem de Uncle's Paradise)
O filme que eu vi, Uncle's Paradise é um desses filmes. Narra a história de Takashi, um autêntico lobo sexual que recusa dormir em virtude de estar sempre a sonhar a mesma coisa: fazer sexo com uma morta. As cenas são, na maior parte das vezes, completamente bizarras e estranhas e, mesmo sabendo das limitações e forças do pink cinema, acho que se abusou do sexual e do do corpo. Mas, foi uma experiência nova e a certeza de que a requalificação do cinema erótico (e, porque não, também do cinema para adultos) passa muito por aqui, pela experimentação e não pela triste figura a que chegou este tipo de cinema, que recorre cada vez mais ao bas-fond artístico.
Jorge Vicente
1 comentário:
...please where can I buy a unicorn?
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