7.5.12

O problema dos solos


(quadro de Max Moreau, "Marchand de dattes et de grenades" (s/d) )

"(...) há uma crescente falta de solos no vosso planeta. Ou seja, estão a ficar sem boa terra onde cultivar alimentos. Isto porque o solo precisa de tempo para se reconstituir, e as vossas empresas agrícolas não têm tempo. Querem terra que produza, produza, produza. Portanto, a prática secular de alternar os campos de cultivo de uma estação para outra está a ser abandonada ou encurtada. Para compensar a falta de tempo, despejam químicos na terra para a tornar fértil mais depressa. Mas aí, como em todas as coisas, não conseguem desenvolver um substituto artificial da Mãe Natureza que se aproxime sequer de fornecer o que Ela fornece.

O resultado é que estão a reduzir a apenas algumas polegadas, de facto, nalguns locais, as reservas da camada superior nutritiva do solo. Por outras palavras, estão a cultivar cada vez mais alimentos em solos que têm cada vez menos teor nutritivo. Sem ferros. Sem minerais. Nada que contam que o solo forneça. Pior ainda, estão a comer alimentos cheios dos produtos químicos que lançaram no solo na tentativa desesperada de o reconstituir. Apesar de não provocarem danos aparentes no corpo a curto prazo, descobrirão para vossa infelicidade que, a prazo, esses resíduos químicos, que permanecem no organismo, não são saudáveis.

Este problema da erosão do solo devido à acelerada rentabilização dos campos de cultivo não é algo de que a maior parte das pessoas esteja consciente, nem o declínio da reserva de solo cultivável é uma fantasia inventada pelos ambientalistas «yuppie» que procuram uma causa na moda. Perguntem a qualquer cientista da Terra e terão muito que ouvir. É um problema de proporções epidémicas; é mundial e é grave. Este é apenas um exemplo das muitas formas como estão a danificar e a exaurir a vossa Mãe, a Terra, a dadora de toda a vida, com total desprezo pelas suas necessidades e processos naturais.

Vocês estão preocupados com pouco mais no vosso planeta que a satisfação das vossas próprias paixões, o preenchimento das vossas próprias necessidades imediatas (e na maior parte, empoladas), e em saciar o inesgotável desejo humano de Maior, Melhor e Mais. No entanto, enquanto espécie, não vos faria mal perguntar quando bastará" (1)

Neale Donald Walsch


(1) WALSCH, Neale Donald - Conversas com Deus: livro 2. 5ª ed. Cascais: Sinais de Fogo, 2002. ISBN 972-8541-10-4. p. 232-233.


 Como todos sabem, ste post está inserido na iniciativa Teia Ambiental, idealizadas por Flora Maria e Gilberto da Cunha Gonçalves. O blog da Flora: http://floradaserra.blogspot.com/

Muitos abraços para todos
Jorge Vicente

14 comentários:

RUTE disse...

Olá Jorge,
de fato é uma verdade tão evidente, mas porque teimam as pessoas em não ver, ouvir, perceber?

Porque não respeitamos os tempos da natureza?

Acho que um bom principio seria controlar a explosão demográfica. Não entendo como as pessoas continuam a ter tantos filhos, tantas bocas para alimentar. Num mundo sobrepovoado considero uma atitude egoista ter uma prole numerosa. Mais ainda porque a vida é tão corrida e exigente que quem cria os filhos não são os pais mas sim os infantários e as escolas.
Beijinhos.
Rute

jorge vicente disse...

Querida Rute,

mas será que isso se aplica ao nosso país (que, dizem, tem uma população envelhecida), mas a países como a China, a Índia e quase toda a África? Não sei se nesses casos, haja egoísmo da parte das pessoas... muitas delas nem têm sequer condições de pensar aquilo que é melhor para elas. Ainda estão num registo de sobrevivência...

Milhares de beijos
Jorge

RUTE disse...

Jorge,
esta problematica da população é mais complicada do que nós conseguimos atingir. Falo por mim, pelo menos.

Porém há algo que já entendi. Dizem que a Europa está com população envelhecida mas não tem a ver com a baixa taxa de natalidade. Mas sim com a baixa taxa de mortalidade.

A medicina permitiu aumentar a esperança de vida e isso fez com que a população aumentasse junto com os nascimentos.

Agora, as queixas dos governos têm a ver com impostos. Porque como somos muitos há desemprego. Paralelamente aposta-se na educação superior, dai que os jovens começam a trabalhar mais tarde e a idade de reforma continua a ser os 65 anos.

Bom, isto dáva pano para mangas. Podemos estar aqui a tricotar conversa que nunca mais acaba a problemática.

Quantos aos paises pobres, a taxa de natalidade é alta, mas a taxa de mortalidade também é alta. Falta dinheiro para tudo, para educação social, para saneamento básico, para medicina, para alimentação.
Beijinhos reflexivos ;)
Rute

jorge vicente disse...

Seja como for, Rute, podes ter a certeza de que, quando encontrar algum texto interessante e que envolva a prática ambiental, vou colocar aqui :)))

A blogosfera é um sítio óptimo para debatermos ideias e para abrirmos a consciência uns dos outros.

Muitos mais beijos!
Jorge

Lina disse...

Olá, Jorge!Achei pertinente o tema que nos trouxeste. E neste retãngulo que é Portugal, a expansão da construção também é um problema. Há dias soube de uma boa novidade: estão a dificultar a construção em solo agrícola! Oxalá funcione mesmo!Já chega de expansão construtiva, a Natureza não se compadece com isso!
Esta coletiva tem sido ótima para trocarmos informação e conhecermos muitos pontos de vista!
Beijinhos verdes!

Flora Maria disse...

Sua postagem foi um verdadeiro bálsamo para minha alma ambientalista,após o que ouvi nos vídeos que coloquei na minha participação na nossa Teia Ambiental!

Muito bom ter sua participação conosco.
Beijo

jorge vicente disse...

Obrigado,

minha querida amiga!!

Muitos, muitos abraços meus!
Jorge Vicente

jorge vicente disse...

Lina,

vou ver se pesquiso mais sobre essas notícias sobre a construção e o facto de estarem a dificultar a construção em solo agrícola!

É uma grande notícia!

Muitos e muitos beijos
Jorge

Anónimo disse...

Olá Jorge,

Infelizmente fiquei dois meses sem participar de nossa Teia, mas agora com a vida nos eixos estou de volta!
É meu amigo, tudo na natureza tem um preço...........em nome da produtividade e do lucro rápido, muitos produtores usam e abusam dos fertilizantes químicos.
Não se dão conta de que nosso solo tem seu ritmo e ciclo....tendo o tempo do cultivo e da colheita, e logo após, uma pausa é necessária para que o solo possa respirar e recuperar todas as suas propriedades vitais.
E com isto quem sofre é a população, que fica a mercê de alimentos envenenados, que muitas vezes nem sabem o perigo que estão correndo.
Mas FELIZMENTE ainda encontramos histórias de produtores que não pensam só no lucro, mas na qualidade do alimento e principalmente na IMPORTANTE FORMA DE LIDAR COM A TERRA.
E por incrível que pareça, são pessoas muito bem sucedidas........é aquilo: quem dá o melhor de si, irá receber somente o melhor da vida.
Estamos numa época de expansão de nossas consciências, em que o Amor ao próximo e a preservação de todos os recursos do nosso planeta, são fontes primordiais para o nosso crescimento.

Um grande abraço de Luz em seu coração!!!

jorge vicente disse...

Querida Lú,

é verdade. Nossos governantes actuais e nossos empresários actuais, muitos deles ávidos de lucro, nem se incomodam nem se apercebem do terrível impacto que as suas decisões têm sobre o nosso frágil planeta.

Mas felizmente já há empresários conscientes que tentam modificar um pouco o paradigma económico e de gestão e tentam criar um modelo de economia mais solidária e um modelo de gestão mais consciente com os ritmos da terra.

Aqui há meses, quando iniciei a participação na Teia Ambiental falei do Projecto Mandala. Você conhece?

Muitos abraços
Jorge Vicente

Anónimo disse...

Jorge querido,

Encontrei seu vídeo e assisti emocionada.
Que sistema Maravilhoso da Mandala!
Como muda a visão das pessoas não?
Pessoas simples, mas que cresceram interiormente e com uma visão mais espiritual da vida.....com muita consciência da preservação do meio ambiente.
MARAVILHOSO!!! ADOREI!!!
Inclusive até baixei alguns textos falando mais sobre o assunto....quero ler todos com calma.

Este vídeo e os textos vou enviar para o meu tio.
Faz 3 anos que ele se aposentou da Mercedes Benz em São Paulo, e foi embora para morar no sítio dele no Ceará.
Lá ele está aproveitando a vida, e mexendo com a terra, que é uma grande paixão.....ele cria alguns animais e tem muitas hortas e árvores frutíferas.
Ele já me mandou muitas fotos de suas colheitas, são verduras, legumes e frutas dos mais variados tipos.
E acredito que ele não conheça este sistema da Mandala.....por isto irei apresentá-lo.

Grata meu amigo por tão lindas informações!

Um grande abraço de Luz em seu coração!!!!

jorge vicente disse...

Querida Lú, fico tão, mas tão feliz por ter gostado! Este sistema é simplesmente maravilhoso e adorava que fosse exportado para outros países, onde parece que não existem projectos tão interessantes como esse!

Quanto ao seu tio, apresenta o sistema! Tenho a certeza que ele vai adorar!!!

Muitos beijinhos de luz no seu coração
Jorge

RUTE disse...

Moço, hoje é dia 15.
Sempre queres participar da 3ªfase da BC Amor aos Pedaços com o tema Esperança?
Podes publicar fora de data, não tem problema (até dia 17).
Beijinhos.
Rute

jorge vicente disse...

Amiga,

vou ver se me inspiro até amanhã... Tenho tido pouco tempo...

Muitos beijos
Jorge