carl gustav jung
(quadro de georg baselitz, "ohne titel", 1994)
"E ao lidar consigo próprio o médico deve manifestar a mesma inexorabilidade, consistência e perseverança que manifesta com os seus doentes. Trabalhar em si próprio com igual concentração não é, na verdade, coisa de pouca monta; pois tem de se impôr toda a atenção e juízo crítico que consegue reunir para mostrar aos doentes os seus percursos equivocados, conclusões falsas e subterfúgios infantis. Ninguém paga ao médico os seus esforços introspectivos; e, além disso, geralmente não estamos suficientemente interessados em nós própris. Mais uma vez, subestimamos tão vulgarmente os aspectos mais profundos da psique humana que consideramos o auto-exame ou a preocupação consigo próprio quase mórbidos. Suspeitamos evidentemente de que albergamos coisas deveras nocivas demasiado reminiscentes de uma enfermaria. O médico tem de dominar essas resistências em si próprio, pois quem pode educar os outros não sendo ele próprio educado? Quem pode esclarecer os seus pares estando às escuras quanto a si próprio, e quem pode purificar sendo ele próprio impuro?... O médico já não pode escapar às suas próprias dificuldades tratando das dificuldades dos outros. Deve lembrar-se de que um homem que sofre de um abcesso purulento não está em condições de executar uma operação cirúrgica" (1)
carl gustav jung
(1) JUNG, Carl Gustav apud SIEGEL, Bernie S. - Amor, medicina e milagres. 1ª ed. Lisboa: Sinais de Fogo, 2004. ISBN 972-8541-47-3. pg. 94.
1 comentário:
desculpa mas hoje a palavras ficam em segundo plano...enredei-me nas teias do quadro que me invadiram
beijos
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