a noite abrir-nos-à
(quadro de pierre roussel, "olivier à la lampe rouge", 1963)
3.
as palavras são vertigens de noite
encontradas no meio da rua -
tropeçam, deixam cair, doem,
amanhecem com a dor dos homens
e das plantas que crescem nos
telhados.
no telhado, não se ouve o chão, é talvez preciso deitarmo-nos, arrastarmos os olhos e ouvirmos. não se ouve com o corpo, ouve-se com os olhos e com o sexo. as palavras escorrem, fazem birras, deitam-se connosco. morrem de enfarte e olham as nuvens que se estreitam entre os alvéolos da atmosfera e as cordilheiras do chão.
só assim será possível a liberdade.
jorge vicente
2 comentários:
gostei muito !!! beijo
Ana
magnífico!!!!!!!!!
bbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
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