6.2.08

The Host (Joon-Ho Bong)



(imagem de The Host)

Quando fui ao clube de vídeo para alugar The Host, avisaram-me: o filme não é grande coisa, os efeitos especiais são bastante bons, mas a história é inexistente. Torci um pouco o nariz porque sabia que o filme era sul-coreano e tinha recebido óptimas críticas, embora, muitas vezes, as críticas sejam enganadoras. Pensei cá pelos meus botões: se calhar, o filme não é daquelas americanices, onde os bons têm punhos de ferro e aparece sempre uma actriz vistosa a ajudar o herói a derrotar a besta. Provavelmente, preferem uma história bem conseguida, sem buracos, com os argumentos medidos a esquadro e compasso, onde se dá um início, se desenvolve uma história e se processa um fim. Linear e sem ponta de humanidade.

Quando vi o filme, verifiquei que a maior parte das pessoas estava enganada. Os efeitos especiais são, afinal, a pior coisa do filme. A tal besta é estranha e não tem o tom ameaçador do Alien e do tubarão de Spielberg. No entanto, as pessoas são de carne e osso. Numa das cenas mais fortes do filme, vêm-se os vivos chorarem os mortos, com coroas de flores espalhadas num recinto improvisado. Penso que num filme norte-americano, isso não apareceria. Quem sobrevive, apenas mostra as lágrimas do cinema, típicas de blockbuster, estilo lágrimas típicas de super-herói.

E sempre podemos ver as dimensões sociais, políticas e, acima de tudo, ambientalistas do filme. O último ataque ao animal, através do agente laranja, sem mencionar também o pseudo-vírus que os americanos inventaram, revela muito do tom desta obra: crítica, crítica, crítica. Provavelmente, a fazer lembrar as implicações sociais da Noite dos Mortos Vivos, tanto na sua variante George Romero ou Tom Savini: we are them and they are us.

Jorge Vicente

uma bela descrição do filme aqui



(trailer de The Host)

1 comentário:

isabel mendes ferreira disse...

não conheço....:(



__________________.

sei apenas como é bom "andar" por aqui.

no re.encontro sossegado.


onde me "encontro"...



obrigada Jorge.


_________________beijo. simples.