Metempsicose, segundo Allan Kardec
(imagem de Claudia Kunin, "Jacob's Ladder", 2006)
"Seria verdadeira a metempsicose, se indicasse a progressão da alma, passando de um estado para outro superior, onde adquirisse desenvolvimentos que lhe transformassem a natureza. Porém, é falsa, no sentido da transmigração directa da alma do animal para o homem e reciprocamente, o que implicaria a ideia de um retrocesso ou de uma fusão. Ora, o facto de semelhante fusão não poder operar-se entre os seres corpóreos das duas espécies, mostra que estas são de graus inassimiláveis, devendo dar-se o mesmo em relação aos Espíritos que as animam. Se um mesmo Espírito as pudesse animar alternativamente, haveria, como consequência, uma identidade de natureza, traduzindo-se pela possibilidade da reprodução material.
A reencarnação, como os Espíritos a ensinam, baseia-se, pelo contrário, na marcha ascendente da natureza e na progressão do homem dentro da sua própria espécie, o que em nada lhe diminui a dignidade. O que o rebaixa é o mau uso que faz das faculdades que Deus lhe deu para progredir. Seja como for, a antiguidade e a universalidade da doutrina da metempsicose, e os homens eminentes que a professaram, provam que o princípio da reencarnação se radica na própria natureza. São argumentos mais a seu favor do que propriamente contrários" (1)
Allan Kardec
(1) KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos. 2ªed. Mem Martins: Livros de Vida, 2005. ISBN 972-760-108-1. p. 254
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