Cinema e sonho
("Als das Kind Kind war", e as memórias de Peter Handke)
O sonho esteve sempre presente no cinema. Seja como o meio de determinar os traumas de uma personagem (como em Spellbound, de Alfred Hitchcock) seja através da ilusão do real (a noção de cinema onírico, bem patente em filmes como Un Chien Andalou, de Luis Buñuel e Salvador Dalí, ou em Et la Nave Va, de Federico Fellini), o sonho tem acompanhado a sétima arte desde a sua criação.
Mas, uma questão precisa pôr-se, questão essa já aventada por Sara Savio, num artigo interessantíssimo sobre sonho e cinema (aqui): em que medida não será o visionamento de um filme a entrada num estado alterado de consciência, um afastamento do estado de vigília em que, normalmente, nos encontramos? Afinal de contas, a sétima arte é a máquina dos sonhos e cada personagem representada pode evocar tudo aquilo que o nosso subconsciente teima em manter preso. Estão aqui os heróis, os grandes guerreiros e tudo aquilo que eles simbolizam.
Jorge Vicente
4 comentários:
Gostei muiito do seu blog!!
beijus!!
Questão deveras interessante, sem dúvida. Concordo: a máquina de fazer cinema é a criação e produção de sonhos. Mas o poderoso do cinema é que consegue introduzir o sonho na realidade. Como todas as artes. Mas o cinema alcança essa intervenção a partir de um impacto mais imediato.
Bom domingo! :)
Obrigada pelo comentário alusivo ao meu post sobre Poe e a poesia. :)
Quanto ao cinema, acho que de um modo único nos transporta para outras possíveis dimensões e até universos paralelos. Explora o mistério que pode ser o nosso cérebro a partir da força da imagem. Viva o cinema!
De qualquer modo, todo aquele que vê cinema deveria ser capaz de separar o que é do domínio do sonho, daquilo que é a realidade. Por vezes, é bom que se possam misturar. Mas nem sempre... O que inclui, certamente, uma aprendizagem.
:):)
O cinema alimenta-se do Sonho e também do Pesadelo, Jorge (assim como a literatura.
São dois dos lugares onde se encontram com mais facilidade, anjos e demónios...
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