A vivência
(pintura de henri matisse, "la danse" (1910)
"Que é a vivência? A vivência É. A vivência tem sentido, a vivência não separa minha alma da alma cósmica, como fazia o paradigma cosmocêntrico; a vivência não afasta meu corpo do meu espírito como fazia o paradigma teocêntrico; a vivência não hierarquiza a criação, não me torna dicotómico, como o faz o paradigma antropocêntrico. A vivência me funde com a Vida, me faz biocêntrico.(...)
Antes da vivência a Biodança é epistemologia (é sistema), é metodologia (tem uma teoria do método), é o «para si» (conhecimento de algo que está fora), a representação (símbolo). Ao entrar na vivência a Biodança desaparece, paradoxalmente abre a porta por onde ela mesma vai a desaparecer, para dar lugar à vivência. E a vivência é Ser. Afirmar o SER é ser ontológico, porém ontologia da vivência: simplesmente afirmando que o SER, que é auto-evidente, tem sentido em si mesmo, o ser estrutura estruturante: Bios". (1)
Custódio L. S. Almeida
(1) ALMEIDA, Custódio L. S. apud GÓIS, Cezar Wagner de Lima - Biodança: identidade e vivência. Fortaleza: Edições Instituto Paulo Freire do Ceará, 2002. p. 70.