30.5.11

a vida é um processo



(fotografia de ron church, "underwater statue". Retirado daqui


"Tudo O Que Existe é tudo o que sempre existiu e que sempre existirá. Algumas pessoas consideram ser este um segredo da vida. Eis, porém, o maior segredo: Tudo O Que Existe não é uma «coisa», nem sequer um Objecto, um Ser ou Algo - é um Processo.

Um processo" (1)

neale donald walsh



(1) WALSCH, Neale Donald - Recriar o seu ser. Cascais: Pergaminho, 2004. ISBN 972-711-416-4. pg. 79

26.5.11

"wind of change" (klaus meine)



(desenho de erik boulatov, "perestroika", 1989)


"I follow the Moskva
Down to Gorky Park
Listening to the wind of change
An August summer night
Soldiers passing by
Listening to the wind of change

The world is closing in
Did you ever think
That we could be so close, like brothers
The future's in the air
I can feel it everywhere
Blowing with the wind of change

Take me to the magic of the moment
On a glory night
Where the children of tomorrow dream away
in the wind of change

Walking down the street
Distant memories
Are buried in the past forever
I follow the Moskva
Down to Gorky Park
Listening to the wind of change

Take me to the magic of the moment
On a glory night
Where the children of tomorrow share their dreams
With you and me
Take me to the magic of the moment
On a glory night
Where the children of tomorrow dream away
in the wind of change

The wind of change
Blows straight into the face of time
Like a stormwind that will ring the freedom bell
For peace of mind
Let your balalaika sing
What my guitar wants to say

Take me to the magic of the moment
On a glory night
Where the children of tomorrow share their dreams
With you and me
Take me to the magic of the moment
On a glory night
Where the children of tomorrow dream away
in the wind of change" (1)

scorpions


(1) retirado da k7 dos scorpions, still loving you (1992)e daqui

23.5.11

poema 34 de "hierofania dos dedos"



pintura de charles chaplin, "young woman with a dove", circa 1860)

(ao antónio ramos rosa)

o pássaro pousado no parapeito da minha janela
é aquela substância penumbrosa, que evoca o
silêncio e o remete para um lugar indecifrável,

que não nos resta senão conhecer,
com aquele conhecimento feito de
figuras de estilo, herméticas e fechadas.

o pássaro pousado é uno com a paisagem
que o transfigura, um excesso da criação,
um espaço entre sons, entre dois versos
que escrevo no intervalo dos dedos.

o pássaro pousado é a manifestação mais
plena da sagrada escritura do corpo.

jorge vicente

6.5.11

andrea dorfman, flawed (2009)



(imagem do filme flawed de andrea dorfman, retirado daqui)


Que pedaço de nós deveremos retirar para que o amor seja apenas amor?
Que história deveremos contar?
Que palavras poderemos acrescentar?

Será necessária uma revolução? Um poema? Um pequeno filme? Uma roda de embalo?

O que será necessário. Necessário.

Jorge Vicente

Vejam este filme. É magnífico. Aqui um excerto do filme.

3.5.11

tudo o que é vida



(fotografia de rafa castells, retirada daqui)


"Tudo o que é vida está em transformação em qualquer canto do planeta" (1)

neale donald walsch

2.5.11

"poema em linha recta" (álvaro de campos")



(fotografia de alek lindus, da série "things you should have read" (s/d). Retirado daqui.


"Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza." (1)

álvaro de campos


(1) retirado do cd dos pacotes e pacotinhos, o algodão não engana (2010)