
(fotografia de tom baril, "lisianthus", 1998)
"Para alguns, «divertimento» implica sensações físicas. Para outros, «divertimento» talvez seja algo totalmente diferente. Tudo depende de Quem Tu pensas que És e daquilo que estás cá a fazer.
Há muito mais a dizer sobre o sexo do que já aqui foi dito - mas nada mais fundamental do que isto: sexo é
alegria e muitos de vós transforam-no em tudo menos isso.
O sexo também é sagrado - sim. Mas a alegria e a sacralidade
misturam-se (são, aliás, a mesma coisa) e muitos de vós julgam que não. As vossas atitudes em relação ao sexo formam um microcosmo das vossas atitudes em relação à vida. A vida devia ser uma alegria, uma festa, e tornou-se uma experiência de medo, ansiedade, «não suficiência», inveja, raiva e tragédia. O mesmo se poderá dizer do sexo. Reprimiram o sexo tal como reprimiram a vida, em vez de se expressarem plenamente, com naturalidade e alegria.
Aviltaram o sexo tal como aviltaram a vida, classificando-o como mau e depravado em lugar da mais sublime dádiva e o maior dos prazeres.
Antes de ripostares que não aviltaram a vida, observa as vossas atitudes colectivas para com ela. Quatro quintos da população mundial consideram a vida uma tortura, uma tribulação, um tempo de provações, uma dívida cármica que tem de ser paga, uma escola onde se aprendem duras lições e, em geral, uma experiência a ser suportada enquanto se aguarda a
verdadeira alegria, que é
depois da morte.
É uma vergonha que tantos de vós assim pensem. Não é pois de admirar que tenham considerado vergonhoso o próprio acto que cria a vida.
A energia que realça o sexo é a energia que realça a vida; é vida! O sentimento de atracção e o intenso, e muitas vezes premente, desejo de
aproximação mútua, de se tornarem um só, é a dinâmica essencial de tudo o que vive. Inseri-a em todas as coisas. É inata, inerente,
intrínseca a Tudo O Que É.
Os códigos éticos, as constrições religiosas, os tabus sociais e as convenções emocionais que vocês colocaram em torno do sexo (e, a propósito, em torno do amor - e de toda a vida) fizeram com que vos fosse praticamente impossível
celebrarem a vossa existência.
Desde o príncipio dos tempos que tudo o que o homem quer é amar e ser amado. E desde o princípio dos tempos que o homem tem feito tudo ao seu alcance para tornar isso impossível. O sexo é uma extraordinária demonstração de amor - amor por outra pessoa, amor por si mesmo, amor pela
vida. Deviam, portanto,
amá-lo. (E
amam-no - só que não são capazes de
dizer a ninguém que o fazem; não se atrevem a mostrar o quanto gostam dele, pois quem o fizer é visto como um pervertido. No entanto, é essa a ideia que está pervertida." (1)
neale donald walsch
(1) WALSCH, Neale Donald -
Conversas com Deus. 14ª ed. Cascais: Sinais de Fogo, 2003. ISBN 972-8541-05-8. pg. 251, 252.