Cadernos de Gethsemani
4.
começa
por escrever um poema verdadeiro
daqueles leves bem leves
daquela leveza bem justa e boa
daquela leveza bem dentro bem fora da língua
começa por escrever um poema sem vícios de forma
sem domínio claro e preciso da linguagem
não precisas voltar nem deslizar sorrateiramente
pela história da literatura
ela não te pertence
nem tu a ela
começa por dizer vou jantar com o coração apertado
não tenho espaço para mergulhar
sem pé, nem tenho medo de escrever
vou mergulhar de bruços em todo o teu poder
[violo e esta é a minha verdade,
a língua vivida sem escafandro].
Jorge Vicente
2 comentários:
Vim do blogue da Graça Pires. Como gostei imenso do poema que divulgou de si, vim espreitar.
E vou tentar vir mais vezes, pois a sua poesia arregala-me o olhar...
:)
Minha cara,
muito, muito obrigado pelo seu comentário! Volte mais vezes!!!
Muitos abraços
Jorge
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